sábado, 19 de março de 2011

Limites


Fazendo meu passeio virtual costumeiro parei em determinada comunidade onde se questionava qual é o seu limite dentro do BDSM... Isso me fez refletir sobre os meus próprios limites que ainda desconheço, e assim como eu vi muitos dizerem que ainda desconhecem, provavelmente por ainda não terem chegado a um ponto na prática em que realmente se depararam com uma situação que exigisse esse conhecimento de si mesmo...


Bem, nesse momento creio que muito dos fatores é analisado pelo Dominador(a), onde terá que ser cuidadoso ao expor sua(seu) sub a uma situação que evoque por exemplo um medo, ou uma situação, por ainda não ter sido vivenciada, como negativo ao olhar da(o) sub... Acredito que o BDSM é o meio onde enfrentamos e superamos medos, anseios e situações que não vistas como “naturais”, e creio que como eu, muitos, tantos Dominadores(as) quanto subs querem superar obstáculos, e se conhecerem cada dia mais.


Porém uma das respostas ao tópico da comunidade me colocou uma ruguinha (mínima, afinal não quero ter marcas de expressão muito grande no rosto, aliás, creio que nenhuma mulher as querem... rs) na testa, alguém deixou La que não tinha limites... Aí me perguntei de imediato: - Como não?! Desde quando nós enquanto humanos não temos limites?!
Lembrei-me imediatamente dos pilares que sustentam o BDSM, o SSC (São – Seguro – Consensual ). Não ter limites está dentro do Consensual, mas e o São e Seguro, onde fica?! Não quero generalizar, muito menos rotular quem se ache sem limites, mas venho como questionadora, com o único intuito aqui de trazer reflexão.


Será que não é por “não se ter limites” que um(a) sub se expõe a situações de risco físico, mental e emocional?! Porque sabemos de casos onde pessoas já pararam em hospitais, muito prejudicados por não respeitar seu corpo e o limite dele... Ora, nosso corpo é matéria e perecível se não bem cuidada... Da mesma forma é nossa mente e emoções, imaginem só, como ficou a cabeça de uma pessoa que passou por uma experiência trágica dessas? E o Dominador(a) como se sente? Até porque nesse caso aos meus olhos, ambos tem sua responsabilidade, porém sabemos que geralmente a “culpa” só cai nas costas de um, infelizmente, é isso que acontece mesmo.


Portanto é sempre bom está atento e ter consciência que a safe é pra ser usada sim, e não é vergonha usá-la, não se torna menos sub por usá-la, não é uma competição! Devemos sim fazer uso dela, afinal é de consciência que precisamos em nosso meio, de auto-conhecimento!


Sophie

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Submissão x Saudade


Muitas submissas (os) têm seus Donos (as) morando ou trabalhando longe...
Como fazer para suportar a saudade?
Meu Dono e Senhor mora longe de mim, e sei muito bem o que é isso.
Quando decidimos adentrar neste mundo, temos que avaliar vários pontos, entre eles essa distância.
Quantos estão dispostos a se comprometer e superar essas dificuldades???


Quando a alma submissa se entrega deixa de existir tempo e espaço. A saudade logo da passagem ao afeto, ao carinho, a preocupação com o Dono.
E esperar faz com que nos fortifiquemos mais, e ao chegar o momento de estar na presença do Dono (a), mais aos pés nos prostraremos.
Lidar com a distância não é fácil, com os desejos, com a necessidade física, mas tudo é sustentado pela ligação forte e verdadeira entre Doms. e subs.


Que alegria ouvir a voz – “Cadela te adoroooo!!! , sentir a energia e dizer – “Também estou com saudades DONO!!!”
E ir sentando na cama e escorregando para o chão e quando vir estiver aos pés do Dono. Mas que loucura, Ele está falando pelo telefone não é? Pobre aquele que nunca sentiu essa vibração intensa desse universo.


Não importa se essa ligação D/s  acontecerá mais virtual ou  real, o que importa é que  quando ajoelhamos e nos entregamos, a alma de quem nos Domina está ali.
E quando o corpo do Dominador  a  ela se juntar,  e seus pés e mãos forem beijados... e seu corpo saciado... e aninhado aos  braços do Dono o nosso corpo descansado... mais Dele e viva se torna essa submissão.


Mesmo aqueles que se dedicam a uma entrega virtual, por razões que não questiono, praticam  relacionamentos sérios D/s.Pois se entregam e vivem intensamente,  permitindo serem usados para satisfazerem aos desejos  de seus SENHORES(as), e Esses  em retribuição lhes protegem, cuidam, aconselham e se dedicam... com as ferramentas que  o virtual lhes proporcionar.


A submissão , quando se encontra com verdadeiro Domínio, barreira como a distância, é vencida, preocupações como traição física e insegurança deixam de existir.
A saudade é importante para que possamos educar e acalmar nossos anseios, e a cada momento que pensamos nos nossos Donos, enviamos a Eles fortes energias, transformando-nos em presenças necessárias em suas vidas.
Sem julgamento e sim entendimento.

Wicca

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Primeiros Passos


Todo começo é difícil. Afinal para começarmos uma nova jornada é preciso antes de tudo coragem. Pois não é fácil se olhar no espelho e aceitar o que se quer, seus novos desejos, seus sonhos, enfim, se aceitar diferente.
            Ser iniciante no BDSM é algo mais complexo do que eu imaginei, quando uma amiga me apresentou esse universo. Entrei, quis desbravar esse mundo novo, que me desperta tanta ansiedade, que mexe com minha libido e meus desejos mais íntimos. Inconfessáveis a mim, anteriormente.


Porém que dificuldade, enfrentei sozinha meus medos, receios e preconceitos. Preconceitos no BDSM?! Pois é, engraçado não?! Eu pensei que esse era um universo de mentes abertas, onde as pessoas estavam dispostas a acolher seus semelhantes, onde submissas mais experientes poderiam oferecer ajudar a quem nem sabe como se comportar. Cheguei a pensar que os Dominadores estavam dispostos a iniciar, moldar, adestrar. É mas o que encontrei foram pessoas que abusam de sua falta de experiência, que tentam te ludibriar para satisfazer seus caprichos mesquinhos, sem a mínima consideração com o momento do outro.


Infelizmente isso acontece mesmo e muito. Acredito que por isso, esse meio ainda é visto com maus olhos e de forma clichê e cheia de estereótipos. Mas felizmente existem pessoas sérias e amigas nesse meio, dispostas a ajudar.
            Em meu caminho encontrei também essas pessoas que me estenderam a mão e me ajudaram a dar os primeiros passos, fazendo nascer a mulher que hoje sou. Que consegue discernir um pouco melhor, a intenção por traz de um “sorriso” e "um“ boa noite”.


            Sem contar uma amiga em especial, que mesmo não entendendo meus anseios, e os motivos que me levam a estar nesse caminho. Sempre me apoiou e por um bom tempo me ouviu e ainda ouve.
Aprendi muito observando o comportamento dos outros, uma lição e tanto, procurei me informar sobre termos e comportamentos, sobre postura, enfim, sobre como estar nesse universo. Ainda tenho muito o que aprender, tenho meus anseios e medos ainda. Afinal é uma estrada longa, de um aprendizado extenso, e que leva uma vida toda.


            Porém hoje consigo ter um controle sobre esses meus sentimentos e anseios, e aproveito o momento, absorvo o conhecimento dado por mãos amigas. Estou mais atenta a mim mesma, sabendo o que quero desse meio e me fazendo ser respeitadas pelas minha atitudes.


A jornada não é fácil, sei que vou encontrar pessoas que não sérias e nem bem intencionadas. E que sempre estão dispostas a tudo, por "momentos" se sexo fácil ou por pura má índole.
            Mas hoje, também sei que vou encontrar aquelas pessoas, com as quais poderei contar sempre, gente do bem.


Aqui neste meio BDSM, as relações “sociais”, não são tão diferentes das relações “sociais” baunilhas, encontramos de tudo também. Mas nosso olhar, atenção, leitura de entrelinhas e percepções, vão com o tempo, refinando e aperfeiçoando a nossa maneira de conseguir com mais segurança, distinguir os “mocinhos sérios” dos “vilões oportunistas”... rs


Mischa

domingo, 12 de dezembro de 2010

Modismo BDSM


Hoje foi um dia reflexivo para mim, andei fazendo meu passeio virtual diário e observando alguns blogs que abordam o BDSM como principal tema, não sei se já sabem que tenho uma tendência aos devaneios, que minha mente costuma divagar por vontade própria e quando dou por mim estou imersa em muitos questionamentos, o questionamento de hoje é o BDSM enquanto modismo.
Modismo sim, afinal é crescente o número de adeptos, o que me leva a outro questionamento que explorarei em outra ocasião (melhor deixar o suspense... rs).

(não perca o foco sophie... )


Não há dúvidas que a mídia é uma grande formadora de opiniões e o BDSM tem sido foco ultimamente dela, é novela, matérias, enfim uma série de situações que tornam o tema conhecido pelo o publico em geral. Isso ajuda-nos?!


Eu realmente não sei até que ponto, pois a leviandade tem sido multiplicada e muitos hoje vêem o BDSM como maneira de conseguir sexo fácil e de suprir suas necessidades emocionais, sejam eles Dominadores ou submissos. Claro que há suas exceções, não me entenda mal, não estou dizendo que todos são assim, mas que infelizmente isso tem se tornando um número crescente em nosso meio.


Tenho percebido que a conquista por servir e ser servido tem ficado em segundo plano (isso sendo otimista, coisa que procuro sempre ser), ou seja, não há uma dedicação real, um comprometimento, e um entendimento do que seja realmente  pertencer e possuir, acham que BDSM resumi-se apenas em técnicas, sessões, deixando de lado todo o jogo de sedução e liturgia que envolvem o jogo.


É isso mesmo, essa forma de ver o BDSM acaba banalizando e deixando  superficial relações que deveriam ser muito mais profundas, intensas e verdadeiras, uma vez que nos dispomos a mostrar para nós mesmos nossa forma de sentir e dar prazer, sem culpa e vergonha. O que vemos são coleiras sendo trocadas como se fossem meros acessórios, porém me pergunto, a culpa é de quem?

O modismo BDSM é algo constatado, basta ficar atento aos perfis em sites de relacionamentos e blogs que trazem esse tema, a quantidade só cresce. Da mesma forma que eles surgem, eles desaparecem, afinal toda moda passa e perde a graça. Infelizmente deixam lembranças e feridas que muitas vezes demoram a cicatrizar, fazendo trincar a confiança no meio e nas pessoas do meio.


No entanto não  quer dizer que o modismo não traga consigo pessoas sérias e comprometidas, que tem no BDSM um estilo de vida e sua verdade.
O que vai nos mostrar a diferença dos que seguem o modismo é a permanência e suas atitudes perante o meio e aos que fazem parte do BDSM. Portanto é sempre bom estarmos atentos a nós mesmos e aos que de nós se aproximam.



Sophie

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

A Arte da submissão


Para quem não conhece BDSM , é difícil entender o que é submissão.
Então vamos passar aqui o que seria, dentro dessa liturgia, mas falado com a alma.
Submissão é a entrega por vontade, é o desejo de subserviência. É a necessidade física e psicológica de estar sobre o comando da Mão que o(a) envolve. É uma entrega intensa e verdadeira. Mas tudo isso não sem proteção.



Toda submissão tem o direito de cuidados e orientação. Mantendo a mente e corpo sãos.
A submissão é um ato de entrega, de estar a disposição do Dominador. Não só para sexo mas tarefas do dia a dia também . E nisso carregam muitas responsabilidades, mas dentre elas manter-se feliz, e completo(a). Se esse não for o caso, então há algo de errado.





Não importa qual a forma de submissão escolhida, seja real ou virtual, homem ou mulher, toda submissão caminha junto com a concordância entre Dominadores e submissos, que deve ser: são , seguro e consensual (S.S.C).
Eu sou submissa de alma, então falo aqui como tal, para todos que se encontram nesse caminho ou em busca dessa descoberta.




Não vou expor aqui um conto de fadas, pois realmente não é, mas pode ser maravilhoso se levado da forma certa. Então me dedico a mostrar o que aprendi, para que possa ajudar quem tem duvidas sobre o assunto.  E que não sejam levados por pessoas que não estão procurando submissão e sim sexo fácil ou diversão com maldade.



Submissão é doação, sim é verdade, mas muito bem recompensada pelo seu Dominador, pois Ele saberá no momento certo devolver em atenção e carinho.
Sim, carinho, pois Domínio não é só chicote em mãos, e muito menos maus-tratos, pois até o SM(sadomasoquismo) tem um acordo de limites entre seus praticantes sendo ou não  Dominadores e submissos, por isso devemos tomar cuidado com o que nos é oferecido.
Domínio é envolver de tal forma que a submissão fica a disposição de quem a cativa com o que é oferecido e com todo respeito, acolhimento e segurança.




Não somos submissos da vida, por isso levamos nosso trabalho, família, estudos, enfim, com dignidade. Somos submissos de ALGUÈM... de um Dominador que conquistou essa submissão. Não podemos nem devemos baixar a cabeça para o mundo e sim exigir respeito de todos do meio ou não.
Quanto mais segura de si for essa submissão, maior será a entrega ao seu Senhor e sem arestas.
Não devemos ter vergonha nem receio de perguntarmos, e deixarmos claro todos nossos sentimentos e receios, e principalmente, nossos limites, mas também com toda dedicação tentarmos supera-los sempre, dia a dia.




A submissão pode vir acompanhada pelo desejo masoquista ou não... ninguém é obrigado a ter prazer com ou pela dor, mas cientes que castigos virão pois ninguém é perfeito, e cada Dominador tem uma forma de aplica-los. Cabendo também a Ele saber que é passivo de erros, e aprender a se desculpar, e a submissa que seu Senhor não é perfeito e aceitar e perdoar.




Deixo mais uma vez aqui que a submissão nunca deve ser entregue sem conquista, por mais que nossa alma deixe claro que o Dominador já a possua. Pois faz parte do nascer da magia  entre submissão e Domínio a entrega aos poucos, o envolver, a escolha, os acordos, as técnicas, as conversar, o conhecimento... é como a borboleta que precisa forçar para quebrar o casulo, mas esse esforço fará que o sangue vá para as asas e a faça voar. Então não tenha medo de deixar o sangue da submissão correr nas suas veias e alçar vôo dentro da alma de quem lhe domina.

Wicca